quinta-feira, 30 de outubro de 2008

FM com cara de AM

por Marco Júnior, Jonathan Gonçalves, Tafael Medeiros e Rodrigo Pires

Imagine há 10 anos alguém afirmando aos quatro ventos que duas das mais tradicionais rádios do Rio Grande do Sul transmitiriam sua programação pelas ondas do FM. No mínimo seria chamado de maluco pelos “guaibeiros” e “gauchistas” de plantão. Em 2008 isto é uma realidade, e tanto a Rádio Gaúcha quanto a Rádio Guaíba já estão transmitindo suas atrações em freqüência modulada. A novidade foi muito bem recebida pelos ouvintes, pois, existe um grande número de aparelhos celulares e MP3 players que possuem rádio e sintonizam apenas emissoras de FM. No entanto há, ainda, quem opta pelo bom e velho AM.

A passagem para o FM é uma atualização da Rádio. No mercado já não se encontram receptores de AM. Os rádios grandes com antena e várias faixas de onda estão em desuso. "Vivemos a era da portabilidade", afirma o coordenador de esportes da Rádio Gaúcha, Cleber Grabauska. Para ele além de representar uma atualização, a transmissão no FM trouxe também um aumento na audiência da rádio, e uma renovação entre os ouvintes. "O FM não trouxe apenas mais pessoas para a audiência da Gaúcha, mas também pessoas mais jovens," relata o radialista. Outro ponto a ser destacado é a possibilidade de ouvir um som de maior qualidade. "O som no FM é mais limpo que no AM," afirmou o Pediatra Ruben Rocha.

Mas nem só vantagens são apontadas neste novo contexto que vivem as duas rádios, o alcance do FM é bastante inferior ao do AM. Para os saudosistas o AM jamais será substituído, apesar da melhoria no som, eles ainda ouvem suas rádios favoritas via Amplitude Modulada, é o caso do aposentado Edison Ávila: " Desde que esta novidade foi colocada no ar, eu nunca sintonizei nem a Gaúcha nem a Guaíba no FM, sou um apaixonado pelo AM", confessa Ávila.

David Coimbra

por Graziele Corrêa

Simpatia, em apenas uma palavra, seria esta a definição para David Wagener Coimbra, 46 anos. O jornalista formado em 1984, atualmente editor do caderno de esportes do jornal Zero Hora, nasceu na zona norte de Porto Alegre. Entre uma brincadeira e outra descobriu uma de suas maiores paixões: a leitura.

Pravariar: Como foi a sua infância?
David Coimbra: Eu me criei na zona norte, Bairro Passo da Areia e IAPI. Foi uma infância bem típica de subúrbio, brincando muito e livre, coisa que hoje não faz parte do mundo de muitas crianças. Sempre na rua, mas ao mesmo tempo lendo muito, pois sempre gostei bastante de ler. Foi uma infância típica daquela época dos anos 70 e que a gurizada brincava, jogava bola, botão e namorava.

Pravariar: A família o incentivou a gostar de literatura?
David: Sim, minha mãe sempre foi muito chegada a livros, sempre leu muito. Meu avô também sempre leu bastante, então eu tive muito exemplo dentro de casa e incentivo também. Sempre me deram coisas para ler, contavam histórias e me aconselhavam a ler.

Pravariar: Quais as suas maiores paixões?
David: Eu amo ler, escrever, comer, beber, sair com os amigos, ir ao cinema. Gosto também de me divertir, viajar e conviver harmonicamente com as pessoas e sair com meus faixas (risos).

Pravariar: Você possui algum vício ou peculiaridade?
David: Não tenho nenhum vício, eu não fumo, bebo, mas não muito, apenas socialmente, não chega a ser um vício. E gosto peculiar, que eu saiba não, talvez outra pessoa possa me dizer isso, mas que eu me lembre não.

Pravariar: Qual o tipo de música que você gosta de escutar quando está triste ou quando está feliz?
David: Eu não fico muito triste, é bem difícil. Em qualquer circunstância eu gosto de ouvir MPB, rock e blues, esses são os tipos de música que eu mais gosto. Mas escuto também músicas clássicas mais conhecidas e muita música americana.

Pravariar: Como você escolhe os temas para os seus artigos de esporte?
David: É sempre uma história que eu quero contar. E não é assim: vou pegar o tema tal. É algo que normalmente eu contaria, se estivesse conversando com os amigos. É sempre assim, não escolho pelo tema em si.

Pravariar: E todas são verídicas?
David: Às vezes sim e outras não. (risos)

Pravariar: Como você encara a fama de ser machista e anti-vegetarianos?
David: (Muitos risos) Anti-vegetariano é gozação, né, é uma brincadeira. Mas machista não acho que eu seja, todas as mulheres com já tive alguma relação podem dizer que não sou machista.

Pravariar: A chegada do filho filho Bernardo, além de lhe inspirar a escrever, que mudanças provocou?
David: Ahhhh sim, muitas outras coisas, porque não é que seja uma mudança, ou que a vida mude, mas a gente começa a ter outra noção, é um sentimento que eu nem sabia que era capaz de ter.

Pravariar: Você tem projetos futuros como escritor?
David: Eu sempre tenho algum projeto, mas nunca é uma coisa assim pra daqui a cinco anos, são coisas imediatas. Eu sempre tenho planos. Para o ano que vem já tenho alguns projetos como: reedições de livros e produção de outros novos. Mas são sempre projetos a curto e médio prazo, nunca a longo prazo.

Pravariar: A que você atribui essa forte característica de descrever as mulheres sensualmente e com certa ousadia?
David: Uma mulher bonita assim? É que sempre que escrevo um personagem e tal, as pessoas perguntam: mas você só coloca mulheres gostosas? Mas quem é que quer colocar nas histórias uma mulher feia, ou um homem feio? Até se pode fazer isso, mas só se for uma história peculiar, mas se tu queres puxar pela sedução é assim. E o engraçado é isso, é esse poder que a mulher tem, pela sua beleza, que eu acho que é uma coisa positiva e não ruim.

Pravariar:
Você tem alguma dica de livro?
David: Eu sempre digo isso, o importante é que tu leias coisas que tem a ver contigo. Por exemplo, não adianta indicar para um jovem ler obras de Machado de Assis, ele é muito bom, é ótimo, maravilhoso, mas para o jovem é um porre, um saco. Quem está começando a ler, tem 12 ou 13 anos, e pega uma obra de Machado de Assis, diz: isso aqui que é ler? E a pessoa é capaz de não ler nunca mais.

Pravariar: Qual o seu gosto particular de leitura?
David: Eu gosto muito de história, tenho bastantes livros, mas eu também gosto muito dos autores, Charles Bucowski, Fitzgerald, Raymond Carver, adoro todos eles.

Escorpião! (23 de outubro a 21 de novembro)

por Amanda Porterolla

No dia 23 de outubro, os escorpianos receberam o sol em sua casa, onde o astro rei irá permanecer até dia 21 de novembro. Pensando nisso, o nosso blog preparou uma lista de "escorpianos importantes". Você sabia que, se montassem um time de futebol apenas com jogadores de escorpião, não haveria chance para nenhuma outra equipe? Afinal, os dois melhores do mundo – Pelé e Maradona – estariam no ataque do clube. Quer mais? Então, aproveita que o time é de estrelas e convoque o também escorpiano Garrincha. O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, também entraria na parada, como treinador ou capitão da equipe.


Agora, se o seu objetivo for dominar o mundo através da política, nossos candidatos escorpianos são Martin Luther King, Theodore Roosevelt, Hillary Clinton e o presidente Luís Inácio Lula da Silva. O difícil seria se essas quatro figuras se entenderem no palanque...

No entanto, existem pessoas que preferem deixar a política de lado e mudar o mundo através das artes. Se fosse montado um concerto com músicos desse signo da água, entrariam muitas feras no palco. Poderia começar com algo mais calmo, Milton Nascimento, Belchior, Almir Satter... O romantismo poderia ficar por conta de Zélia Duncan e o apaixonado Eros Ramazotti.

Que foi? Queria que terminasse em samba? Não tem problema! Um time de peso com Alcione nos vocais, Ary Barroso na composição e Nélson Cavaquinho com a pimenta malagueta. Porém, se você sentir falta de umas válvulas, pode chamar o Neil Young com sua guitarra malvada. Aproveita o embalo e põe Tina Turner para fazer cair a casa.

Que tal um filme com atores escorpianos? Então, ponha no roteiro muitas falas para Julia Roberts, Leonardo DiCaprio e Bruce Lee. Tá a fim de levar o Oscar? Mostre a sinopse para o escorpiano Martin Scorsese e o convide para dirigir o sucesso de bilheteria. Se o seu lance for novelas, é só montar uma trama que reúna Diogo Vilela, João Vitti, Reynaldo Gianecchini, Herson Capri, Marieta Severo, Marcelo Faria e Cláudia Jimenez. Agora, se você não gosta muito de escrever roteiros, pode chamar os também escorpianos Gilberto Braga ou Antônio Calmon. Ainda no mundo das letras, temos outros escritores de peso: Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.

Outros escorpianos que ganharam fama com seus "sábios rabiscos" foram Ziraldo e o mestre Maurício de Souza. Ainda não está satisfeito? Então, me diga o que seria do mundo sem os escorpianíssimos Pablo Picasso e Claude Monet? Que foi? Ainda não está convencido de que os escorpianos dominam a Terra? Tudo bem... Mas adivinha qual é o signo de Bill Gates? Muito bem! Acertou quem disse que o homem mais cheio da nota nasceu quando o sol passava pela oitava casa do zodíaco! Alguém segure os escorpianos!

Mais sobre esse signo?
Escorpião é um signo da água, governado por Plutão, último planeta do sistema solar. O escorpiano é sentimental, e possui correntes emocionais intensas e profundas. Por vezes, é frio e muito desconfiado, o que pode vir a ser uma barreira para seus relacionamentos.

É um dos signos mais persistentes do zodíaco. Umas de suas características são a paciência, a introspecção e a enorme capacidade de vencer qualquer obstáculo. O escorpiano move montanhas sem precisar destilar seu veneno. No entanto, se for preciso dar algumas ferroadas, ele não pensará duas vezes.

O nativo de escorpião pode não gostar de responder perguntas íntimas e diretas. É um signo atraído pelos mistérios e segredos da natureza humana, sempre de "tocaia", tentando descobrir o lado "sombrio" das pessoas. Ao contrário de libra, por exemplo, esse signo da água não gosta dos meio-termos. Ou o escorpiano te ama, ou te odeia.

Plutão, planeta mais frio do sistema solar, rege o domínio da manipulação, do controle, do poder e do sexo. Como também rege o mistério, os escorpianos são ótimos pesquisadores, investigadores, detetives ou psiquiatras.

O escorpiano
O homem escorpiano é muito apaixonado, e adora estar sempre no controle da situação. Quando ama, é fiel. No entanto, se magoado, desprezado ou traído, a vingança será a sua resposta. O ciúme é um sentimento comum a esse signo tão envolvente, misterioso e... desconfiado por natureza! Quanto mais inseguro, mais ciumento será seu escorpiãozinho. Quem souber lidar com o lado controlador e possessivo desse signo, receberá em troca um amor profundo. Além disso, escorpião é um dos signos mais eróticos das doze casas do zodíaco. Se você tiver energia, vai fundo!

A escorpiana
A mulher de escorpião também possui grande força de vontade e determinação. Ela tem sentimentos profundos e não se contenta com relacionamentos superficiais. Uma escorpiana não gosta de hipocrisia, de joguinhos de "meios-sentimentos" ou de fraqueza de caráter. Espera devoção total de um relacionamento e só se entrega por completo após conhecer seu parceiro a fundo. Aliás, reconhecer as fraquezas e inseguranças do outro é uma especialidade da mulher de escorpião, afinal, seu objetivo é manter-se no controle. Mesmo sendo de um signo da água, a escorpiana – e também o escorpiano – pode transformar-se em um verdadeiro vulcão. Portanto, prepare-se para algumas explosões de vez em quando.

Escorpião e os outros signos
Um escorpiano pode se dar bem com os demais signos da água – câncer e peixes. No entanto, é preciso ter cuidado para não magoar seus dois irmãozinhos de elemento na tentativa de "investigá-los". Os signos do ar – gêmeos, libra e aquário – sentem-se fascinados pelos escorpianos. No entanto, a profundidade de sentimentos e emoções de escorpião pode deixá-los atormentados.

Os signos da terra – touro, virgem e capricórnio – são realistas e práticos. Se conseguirem compreender a profundidade do escorpiano, poderão exercer um ótimo contraponto. Entretanto, com os signos do fogo – áries, leão e sagitário – o relacionamento do nativo de escorpião é turbulento, podendo ser um roteiro de cenas teatrais. A relação é uma espécie de batalha, onde o escorpiano fará de tudo para subjugar os parceiros do signo do fogo. Afinal, água sempre apaga chamas.

Tatata Pimentel: um apaixonado pela profissão

por Priscila Bittencourte

Camiseta branca, calça de abrigo e sandálias. É assim que Roberto Valfredo Bicca Pimentel, o Tatata, 70 anos, se sente á vontade quando está longe das câmeras. Com um estilo que reflete a sua personalidade, o professor e apresentador de TV, reside na Rua Olavo Bilac, em Porto Alegre, onde mantém, há dez anos, um apartamento que, indiscutivelmente, é “a sua cara”. Com uma decoração repleta de tapetes persas, obras de artes, quadros, livros e muitos livros - uma de suas paixões - reserva um espaço que considera um “refúgio”, para as horas de folga, entre gravações do programa, Gente da Noite (TVCOM), e as viagens de trabalho. Em entrevista concedida ao Pravariar, Tatata falou sobre a sua trajetória profissional e muitas curiosidades.

Pravariar: Qual a sua cidade de Origem e como veio para a capital?
Tatata Pimentel: Sou de Santa Maria da Boca do Monte, mas meu pai é do Rio de Janeiro e a minha mãe é do Alegrete. O meu pai veio trabalhar em Santa Maria, minha mãe veio lecionar, foi professora. E eu e as minhas duas irmãs nascemos nessa cidade. Aí ficamos uns quatro ou cinco anos, o tempo para o meu pai construir uma casa de dois andares na Rua Duque de Caxias, 1075 e depois nos mudamos para Porto Alegre.

Pravariar: Como iniciou sua trajetória profissional até chegar à TV?
Tatata: Na TV foi uma coisa bem antiga porque a minha profissão realmente é de professor. Na TV eu foi convidado pelo jornalista que foi deputado e meu grande amigo, José Antônio Daudt. Havia um bar na Avenida João Pessoa, chamado Bar Ressaca, e lá, em 1971, se reunia todo pessoal, principalmente da Zero Hora. E era uma época que eu ia muito a Europa e me vestia com aquelas roupas tipo Beatles, incluindo a calça boca-de-sino que eu comprava em Londres onde era muito barato na época. Eu transitava na noite com esse tipo de roupa, porque Porto Alegre não havia um local para comprar roupa jovem que estivessem na moda, pois os filhos se vestiam conforme os pais, indo a alfaiatarias e camisarias. Não havia tênis, nem jeans. E aí quando eu voltei esse grupo de jornalistas achou muito interessante a minha maneira de vestir e me convidaram para fazer júri de auditório, num programa chamado “Puxa é a Gaúcha”, e por aí começou. Fiz, durante 20 anos, um programa de auditório no canal 10, que era a TV Difusora, a primeira emissora a transmitir em colorido. E lá foi entrando todo o pessoal, Tânia Carvalho, Felipe Vieira, Daudt e Renato Pereira, entre tantos. Logo depois, o professor Clóvis Duarte inventou um programa chamado Porto Visão e me convidou para participar.

Pravariar: E no seu programa Gente da Noite, é você mesmo quem sugere as pautas? Como funciona o processo de construção o programa?
Tatata: Como é um programa praticamente diário, ele deve ser pautado. E funciona através de convites que recebemos e também de programas de interesse da RBS, além do que os jornais divulgam. E às vezes eu recebo até convites na rua, aí são coisas que só eu sei não sai em jornal nenhum, então nós vamos e fazemos um belíssimo programa. Nós pesquisamos aquilo que se encaixa no perfil do programa. Fazemos a geografia da noite. Tudo em Porto Alegre acontece no mesmo horário. Então, para fazer um programa variado, eu tenho que escolher, aqueles locais que sejam próximos um do outro. Mas quando um evento é muito distante tenho que ficar somente num local, pois não dá tempo de entrevistar o artista, mostrar o show e fazer mais alguma coisa. Eu faço as gravações em lançamento de livros, shows, peças de teatro, exposições, porque o meu programa não é exatamente para festas. Se for festa, só em grandes bailes, lançamentos de produtos, glamour girl, ou miss Rio Grande do sul. Isso, sim, fazemos com muito prazer.

Pravariar: De onde veio o seu gosto voraz pela literatura e música clássica?
Tatata: A vida inteira fui professor de literatura, português, francês, e fiz cursos na Ufrgs de espanhol, italiano e latim. O gosto pela literatura deve-se ao fato de que a minha mãe e uma tia foram professoras. Desde muito pequeno, demonstrei interesse por essa área. Quanto à música, eu tinha um tio, casado com a única irmã do meu pai, que era italiano e apaixonado por ópera. O italiano que eu conheço hoje aprendi através do “libreto” da ópera.

Pravariar: E uma curiosidade: como surgiu o gosto exótico por sapatos coloridos?
Tatata: Na verdade não tenho gostos exóticos, eu ganho muitos sapatos da loja Pulo do Gato de Novo Hamburgo, quando eu vou fazer reportagens. Eu mostro, faço propaganda e me pedem o meu endereço. Por exemplo, essa loja me manda mensalmente um par de sapatos diferentes. A Paquetá, quando foi minha patrocinadora também mandava sapatos e eu usava, e muitos outros eu acabava dando sem mesmo ter tirado da caixa, mas eu não tenho fixação nenhuma por sapatos. Gosto mesmo é de adereços, broches, colar, anel, pulseira, echarpe, isso sim.

Pravariar: E falando um pouco da vida pessoal, como é o seu dia-a-dia?
Tatata: A minha rotina é assim: acordo, bebo o meu café preto, leio o jornal e abro a correspondência. Ao meio dia a minha produtora, que já está na RBS, me telefona, lê os convites que recebemos e aí eu monto o programa. Tenho essa preocupação sobre o programa, pois preciso saber os locais onde vou, com que roupa vou e seu tenho que ler algum texto daquela pauta. E só depois, lá pelas 14 ou 15 horas, almoço e aproveito para dormir um pouco. Mas o meu dia começa muito cedo, lá pelas às 8 horas da manhã, mesmo retornando das gravações só de madrugada.

Pravariar: Você tem algum perfume preferido?
Tatata: Olha eu não sou tarado por perfume, é o que estou usando agora que ganhei de aniversário, é o D'Issey, japonês, e eu gosto porque quem me deu foi a minha orientadora do doutorado na PUC, a Regina Zilbermann. E o nome do perfume é L Eau D’Issei (Issey Miyake). Não percebi que na verdade o nome lembrava Odisséia de Omero. Mas, o perfume é excepcional!

Pravariar: E sobre livros, em meio a tantos gostos, tem predileção por algum em especial?
Tatata: Hoje em dia eu leio muitos livros de filosofia, e também estou relendo Machado Assis. Gosto de literatura francesa e tenho livros importados que é a minha especialização. Mas, como profissional não tem só um livro que eu goste, eu tenho gêneros.

Pravariar: E uma viagem que ainda não tenha realizado e gostaria de fazer?
Tatata: Ainda não fui para a Índia, mas agora acho que já não dá mais tempo, a última grande viagem que estava no meu imaginário era o leste europeu, principalmente a Polônia, a Ungria e a República Tcheca. Gostei tanto dessa viagem que eu fiz em um ano que depois repeti a mesma viagem. A Índia, como é muito longe, acho que vai ficar só no desejo.

Pravariar: Um sonho?
Tatata: Atualmente eu não tenho sonho nenhum. Vivo 50% como professor aposentado e os outros 50% do salário da televisão. O Meu sonho é saber depois que eu me aposentar da TV com quanto eu vou viver para organizar a minha vida...(risos). Isso na verdade não é sonho, isso é profissão de aposentado.

Pravariar: Que são as pessoas importante em sua vida?
Tatata: As pessoas importantes na minha vida foram principalmente alguns professores. Desde quando estudei no Júlio de Castilhos tive mestres com quem até hoje eu mantenho contato. E esses eu posso chamar de amigos, pois são apaixonados por mim, desde quando eu era aluno.

Pravariar: Qual a sua receita para ser feliz?
Tatata: Eu acho felicidade um conceito muito da burguesia. Tem gente que a felicidade é um grande amor; para outros é ganhar na loteria e morar em Paris. Não é nada disso. A minha felicidade é sempre trabalhar no que eu gostei, mesmo perdendo dinheiro, ou nunca sobrando, e isso é verdade: nunca me sobra. A minha felicidade hoje são os discos e os livros, CD’s e DVD’s, porque aí eu vejo os grandes espetáculos do mundo.

Antiguidades e cerveja uruguaia em um mesmo espaço

por Lisiane Assis


por Lisiane Assis

O bairro Cidade Baixa é conhecido por alocar uma grande quantidade de bares noturnos, frutos da efervescente demanda de pessoas em busca de diversão. Andando pela rua General Lima e Silva, uma das mais famosas do bairro, podemos observar uma série de bares que se distinguem, normalmente, pela faixa etária do público freqüentador, mas que em suma, possuem as mesmas características: mesas na calçada, bebidas e petiscos.

Porém, ao observar mais atentamente, no meio de tantos estabelecimentos semelhantes, nos deparamos com uma peculiaridade: aparelhos de telefone, espelhos, luminárias, quadros de antigas celebridades, notas de dinheiro que não vale mais, garrafas, utensílios de cozinha que, diga-se de passagem, nem nossas avós usam mais. Todos com algumas décadas de existência, os objetos decoram um dos bares que se diferem dos demais do bairro.

Gerenciado por um uruguaio, Ricardo Meghdessian, o local surgiu há 6 anos, com a intenção de oferecer um ambiente diferenciado para clientes diferenciados, segundo as palavras o próprio Meghdessian. "Quando abrimos este bar, em 2002, não havia muitos bares, ou quase nenhum, que se destacasse com algum tipo de diferencial, que se focasse em alguma coisa, a maioria são lancherias. Por isso nós marcamos a diferença. Eu acho que já marcamos a diferença."

O proprietário já perdeu as contas de quantas peças, que além de servir de decoração podem ser compradas, estão expostas no estabelecimento. Aos interessados em adquirir alguma, os valores diferem de acordo com a raridade de cada peça. Á medida em que alguma raridade é comprada, Meghdessian tenta colocar outra semelhante no lugar. A origem dos objetos varia: Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Brasil. Na sua maioria, frutos de viagens de Meghdessian e sua esposa. Ele não se considera um colecionador, mas um apreciador de antiguidades, que resolveu aderir esse peculiar gosto ao ambiente do bar. Para se ter uma idéia, até as mesas foram reaproveitadas de antigas máquinas de costura. Entre os objetos mais antigos estão placas com nomes de ruas que têm entre 90 e 100 anos, das quais o apreciador não se desfaz, da mesma forma que diz não se desfazer de algumas outras peças muito raras e que possuem certo valor sentimental.

O resultado dessa união de bar e antiquário tem a aprovação dos freqüentadores. Marli Soares, 38 anos, diz que conheceu o local a pouco tempo, mas gostou da mistura. "Também aprecio objetos antigos e tê-los como parte da decoração do bar, cria uma atmosfera agradável. Por isso, sempre que posso venho aqui."
Por se tratar de um estabelecimento de origem uruguaia, o cardápio, além de apresentar itens nacionais, oferece bebidas e pratos típicos do país vizinho. É uma opção de saborear uma das famosas cervejas uruguaias e ainda, quem sabe, garimpar um objeto antigo para adornar a estante de casa.

Serviço: Antiquário Resto Bar, rua General Lima e Silva, nº 985, aberto diariamente, a partir das 17:30.

Comidas Afrodisíacas: Mito ou Verdade?

por Cláudia Jobim e Eliane Costa

Uma combinação de temperos pode fazer toda a diferença num prato culinário e também na vida a dois. O ato de cozinhar tem o poder de mexer com a sensualidade e estimular sensações de prazer humano. Por exemplo, estudos revelam que o chocolate ajuda na produção de endorfina, a química da felicidade. Já o gengibre, atua como vasodilatador. É ele que dá aquela sensação do sangue correndo mais rapidamente pelo organismo.

Uma pesquisa recente da USP mostra que os afrodisíacos são bebidas, comidas ou aromas, que têm por objetivo potencializar o prazer sexual. Desde os primórdios, a humanidade já procurava por estes estimulantes para poder aproveitar mais os deleites da vida. Como a maioria das receitas foi transmitida de forma oral, muito se perdeu com o passar dos anos, mas algumas ainda se mantêm viva até hoje, como o caso da catuaba, ostras, entre outros.

Para a psicóloga Anne Griza, muitas das substâncias usadas em épocas passadas não têm nenhum poder de aumentar o desejo sexual. Ainda não é comprovado que os afrodisíacos funcionam realmente, ou o que acontece não é nada além de sugestão psicológica. "O que se sabe é que algumas substâncias agem no cérebro humano a fim de proporcionar sensações agradáveis, mas não necessariamente excitatórias. Apesar disso, muitas pessoas no mundo ainda consomem produtos afrodisíacos, bem melhores do que os antigos, como balas e bebidas que supostamente aumentam o desejo e prazer sexuais", avalia a doutora.

Voltando na história, a palavra "afrodisíaco" deriva do nome Afrodite, deusa do amor na mitologia grega. Na gastronomia, a deusa grega dá nome a uma série de ingredientes e receitas que, dizem especialistas, aumentam o apetite sexual ou ao menos são visualmente excitantes. "Uma receita para ser considerada afrodisíaca precisa ter pelo menos um ingrediente com esse poder e tem de ser atraente ao olhar", explica o botânico Gil Felippe, no livro "No Rastro de Afrodite - Plantas Afrodisíacas e Culinária" de 2004.

Sobre o assunto, a jornalista e apresentadora de um programa culinário, Rosaura Fraga, comenta que a descoberta de novos temperos faz parte de um ritual e fica muito melhor quando podemos compartilhar com quem se ama. " Toda a comida é afrodisíaca , o ato de comer é um instinto primário , nascemos sabendo que precisamos nos alimentar , assim como os relacionamentos , é uma questão de conjugar ... Tudo fica muito bom quando estamos com quem queremos bem. Qualquer salada verde fica inesquecível!" ressalta Rosaura.


E para quem quiser impressionar alguém, Rosaura dá a dica : " Recomendo cuidado ao querer impressionar, principalmente quem não conhecemos ... não é correto servir iguarias muito exóticas , temperos muito fortes , carnes cruas ou caça , agridoces , etc... Corremos o risco de morrer na praia.

Cautela ... Vamos nos aventurar a fazer um prato pela primeira vez , só se formos servir os amigos íntimos e parentes, convidados especiais merecem degustar a sua especialidade, aquilo que você realmente faz muito bem. Fora isto , seja original, não tente ser ou apresentar aquilo que você não é ... opte por saladas verdes, queijos fatiados , delicados pães , uvas na decoração , frios , patês e torradinhas ... principalmente para uma noite romântica.

Sempre faça coisas que você tem segurança , ande pelos caminhos certos com passos firmes. Não sinta vergonha em receber , pois você está fazendo o melhor que pode e os outros vão saber reconhecer isto".

Mito ou não, a verdade é que na premissa "entre quatro paredes vale tudo", na cozinha o mesmo acontece. E para atiçar ainda mais a líbido uma receita simples e fácil de fazer. E vale usar toda a criatividade para complementar o prato:


Salada de Kani-Kama com Abacaxi

Ingredientes:
2 pacotes de kani desfiados
1/2 cabeça de alho, amassada
Sal temperado a gosto
1 pimenta do reino
1 salsinha, salsinha picada
1 Hortelã
1 azeite de oliva
1 Rodelas de abacaxi maduro sem miolo
2 mangas haden maduras
2 pés de alface brotos
1 limão
1 colher de sopa de óleo

Modo de fazer:
Numa panela coloque o óleo e refogue o alho amassado. Adicione o restante dos temperos e o kani desfiado e refogue em fogo médio. Tire do fogo e enfeite com manga, abacaxi, alface e o hortelã.

Fonte: http://www.avidasecreta.com/

Missões: Esta terra tem dono

por Marluci Stein

Conhecida pelos belos espetáculos, tribos indígenas, artesanatos e ruínas que relembram a guerra guaranítica, as Missões voltam a ser visadas pelos turistas com a criação da Rota Missões, uma organização dos municípios da região. A cidade de São Miguel das Missões, um dos maiores símbolos da cultura da região, está distante cerca de 500km de Porto Alegre e recebeu em 1983 o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

Contudo, conhecer a região é ir além dos artesanatos e do espetáculo Som e Luz que conta a saga do índio Sepé Tiaraju. De acordo com a professora e historiadora, Soili Sebastiany Kochhann, o crescimento do turismo na região se deve a união dos municípios em prol da Rota Missões e também pela constante procura pela espiritualidade e pelo místico. "Conhecer a Região das Missões é fundamental para compreender as raízes do sul do Brasil e da América Latina. É uma verdadeira viagem no tempo".

Para os turistas que desejam se aventurar pela região, o projeto Rota Missões indica caminhadas, passeios de bicicleta ou cavalgadas que percorrem trilhas e caminhos históricos. Entre eles está o caminho das missões, um roteiro de caminhada, que também pode ser feito de bicicleta, pelos 7 Povos das Missões, percorrendo em três, sete ou 14 dias, 72, 170 ou 325km, respectivamente. No trajeto que passa pelos municípios de São Borja, Garruchos, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Entre-Ijuís e Santo Ângelo, além dos Sítios Arqueológicos Missioneiros, o turista terá contato com o povo, a cultura, a gastronomia da região. Segundo a coordenadora do projeto, Marta Benatti, o Caminho das Missões Jesuítico-Guarani propõe uma jornada de autoconhecimento e de contato com a realidade do passado missioneiro, percorrendo parte das antigas estradas dos jesuítas e guaranis.

Já para aqueles que preferem as cavalgadas é indicado a "cavalga da guaranítica" com duração de dois dias, no município de Bossoroca, pelos rastros do passado, que emergem de uma vivência real, onde o tradicionalismo, a cultura e a história se fazem presentes. Os cavalarianos que optam por conhecer os passos guaraníticos que marcaram a história de muitas gerações podem apreciar as belezas dos campos, pernoitar na Estância Histórica do Sobrado, degustar a gastronomia gaúcha e vivenciar através da dança e da música a tradição e a cultura do Rio Grande do Sul.


Conheça quais são os passeios e os pontos turísticos da região das Missões:

1) Visitar os 4 Sítios Arqueológicos
Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo: Dos antigos sete povos jesuítico-guarani que ficaram no Rio Grande do Sul, São Miguel se destaca por apresentar o maior número de estruturas e em melhor estado de conservação.
Sítio Arqueológico de São João Batista: Pode-se observar restos da estrutura do cemitério, da igreja e do colégio, além de estruturas complementares como olarias, barragem e estradas. Um vídeo, uma exposição com achados arqueológicos e a trilha de interpretação eco-cultural complementam o roteiro de visita. Está localizado na cidade de Entre-Ijuís.

Sítio Arqueológico de São Lourenço Mártir: É possível visitar remanescentes da Igreja, do cemitério, do colégio e o espaço da quinta da antiga redução, parcialmente encobertos pela vegetação. Na portaria existe uma exposição sobre os resultados das pesquisas arqueológicas realizadas em São Lourenço. Está localizado na cidade de São Luiz Gonzaga.

Sítio Arqueológico de São Nicolau: Foi objeto de importantes pesquisas de arqueologia histórica, onde foram evidenciados pisos cerâmicos e fundações dos prédios da antiga redução, que se distribuem sob toda a cidade atual. É possível visitar também a antiga adega subterrânea dos padres e uma exposição sobre os trabalhos de escavação arqueológica, executados em 1980.

2) Conversar com os Índios-Guarani: Dentro do sítio de São Miguel encontram-se alguns representantes da Aldeia Alvorecer Tekoá Ko'ënjú.

3) Assistir o Espetáculo Som e Luz: Ver o show diário, tendo a Igreja de São Miguel como palco, que conta a história das Missões através das duas testemunhas que permanecem no local: a Igreja e a Terra. O espetáculo inicia ao anoitecer e reproduz o sentimento histórico da região.

4) Percorrer o Circuito das imagens Missioneiras: Roteiro de visitação em locais que abrigam uma seleção de peças produzidas durante o período das Reduções Jesuíticas, onde é possível conhecer a complexidade e a peculiaridade da fusão da cultura guarani com a européia.

5) Fazer uma Caminhada nas Missões

6) Assistir o Pôr-Do-Sol nas Missões

7) Visitar o Santuário Caaró: O Santuário homenageia a morte dos santos missioneiros Roque González, Afonso Rodrigues e João de Castilhos, ocorrida em 1628. São recebidos milhares de pessoas em romarias e peregrinações, que buscam a água reconhecida como milagrosa.

8) Conhecer o Artesanato Missioneiro
9) Saborear as Delícias da Cidade das Tortas: Associação constituída de sete empresas da área de panificação, confeiteira, vinícola, chocolataria e produtos naturais de Santo Ângelo.

10) Conhecer a Catedral Santo Ângelo: A catedral foi construída em 1929, mantendo algumas semelhanças com a igreja da redução de São Miguel Arcanjo; em seu interior encontra-se uma imagem do cristo morto, da época jesuítico-guarani.

Mais informações:
Fundação Missões - Endereço: Av Venâncio Aires, 1615Fone/fax: (55) 3313 4957E-mail: santoangelotur@via-rs.net CEP: 98801-660 - Santo Ângelo – RS www.rotamissoes.com.br

O medo de rodar pela primeira vez

por Bianca Bassani, Camila Jacques e Carlos Ismael Moreira

Frio na barriga, mãos suadas, noites sem dormir. Estes costumam ser os "sintomas" de quem está prestes a tirar sua primeira carteira de habilitação. Os jovens, que acabaram de completar os seus 18 anos, são a maioria dentro dos Centros de Formação de Condutores. Eles precisam enfrentar 15 horas de aulas práticas e 30 horas de aulas teóricas, além, é claro, dos momentos de tensão e ansiedade que antecedem a temida prova prática.

A estudante Gabriela Fofonka, de 20 anos, é um exemplo de que o nervosismo atrapalha na hora do exame. Apesar de ter freqüentado todas as aulas teóricas e práticas com bom desempenho, Gabriela já rodou três vezes no exame de direção. Em todas, a causa da reprovação foi o maior vilão dos alunos de auto-escola: a baliza. "Sempre fui bem nas aulas práticas, mas quando chega na prova, não consigo. Nem meu instrutor acreditava quando eu errava", comenta.

O instrutor do CFC Porto Alegre, Carlos Barcelos, concorda com a estudante, já que, segundo ele, a maioria das pessoas que procura os Centros para tirar sua primeira habilitação já sabem dirigir. "Quando vão fazer a prova final, 50% deles rodam simplesmente por nervosismo e ansiedade, pois a grande maioria está apta a dirigir e passar na prova, porém quando a hora chega eles esquecem e acabam errando".Juliano Rodrigues Pimentel, de 22 anos, acredita que o nervosismo não influencie tanto assim. No caso dele, foram duas tentativas fracassadas até a sonhada conquista, que aconteceu há aproximadamente dois meses. Nas duas vezes em que rodou, ele tinha acabado de completar 18 anos "Acho que não rodei por nervosismo ou ansiedade, acredito que tenha pesado muito a inexperiência mesmo."

E pra quem já acha a 1ª habilitação cara ou muito rigorosa, vem coisa pior por aí. De acordo com matéria publicada em Zero Hora, em 23 de agosto, o valor da CNH subirá de R$ 744,14 para R$ 929,34, além do aumento de carga horária das aulas práticas e teóricas. Quanto à carga horária, professor e aluno concordam que é uma medida sensata. Juliano e o instrutor Carlos, acreditam que a nova medida só tem a beneficiar, pois os alunos sairão mais qualificados da sala de aula.

Jornalismo Sensacionalista na TV

por Rodrigo Pires

Decorridos mais de dez dias do seqüestro mais longo registrado no estado de São Paulo, ainda há noticiários informando sobre o caso. Sim, isso já era de se esperar e com justiça. Foi um desfecho lamentável para tal brutalidade que acontece não raramente no nosso mundo. Sim, no mundo sim. Não fiquem achando que isso é coisa do Brasil, coisa de país de 3º mundo. Isso também acontece na Europa e na América do Norte. Ainda que existam inúmeras diferenças, como por exemplo o preparo da polícia, há também uma diferença significativa no trabalho da imprensa.

Onde já se viu uma apresentador(a) de um programa de televisão, jornalista, ou seja, uma pessoa esclarecida dos fatos ter um diálogo aberto via celular com o seqüestrador. Onde já se viu tanta abertura assim para um delinqüente poder falar em rede nacional como se ele fosse um astro, sendo tratado como um coitado, sendo que naquela situação a coitada era sua ex-namorada, Eloá, de 15 anos. O jovem Lindemberg Alves, de 22 anos foi tomado por ciúmes e cometeu tal loucura. Mas infelizmente não foi apenas ele – o que já seria demais - mas sim jornalistas experientes, com anos de imprensa, que por algum motivo achou que dar espaço à esse tipo de pessoa aumentaria o ibope do programa, ou então seria um herói de “salvar” a vida dos reféns. Sim, reféns porque além de Eloá, havia também Nayara, sua melhor amiga.

Ao que sabemos, o Lindemberg conversava com o negociador da polícia, estava calmo e já dizia que poderia liberar a refém e se entregar, mas logo após falar ao vivo para uma rede de televisão ele mudou de idéia, virou “pop star’, deu um tiro pela janela e já não sabia se ia libertar sua ex-namorada. É esse o jornalismo correto? É por aí que devemos andar e levar adiante nosso trabalho? Estou decidido que não. Função de jornalista é informar, esclarecer informações ao público, falar, escrever e mostrar o que ocorre no dia a dia, o fato e a vida em si.

Dou graças por saber que são uma minoria os que acham que sensacionalismo é o caminho certo para se noticiar fatos tão importantes, de se fazer um jornalismo correto e plausível. Mas como toda ação gera uma reação, não pude me calar por presenciar o acontecimento. E mesmo que criticado por jornalistas de outras emissoras e até pelo comandante da polícia no local, como um fato que pode ter atrapalhado o andamento das negociações de libertação dos reféns, não vi, por exemplo, a Associação Nacional dos Jornalistas se manifestar sobre a cobertura jornalística deste episódio importante. Tudo bem que o fato da polícia invadir o apartamento onde era o cativeiro, bem como a morte de Eloá serem, nesse momento, bem mais importante, acredito que debater o fato de se fazer jornalismo sensacionalista nos dias atuais, onde cada um age da forma que acha certa, seria interessante, no mínimo, para não dizer extremamente necessária a fim de pautar as próximas tragédias que infelizmente presenciaremos, por culpa seja lá de quem for.

A tevê atrapalhou nesse caso? Ou independente de uma emissora de tevê dar um espaço enorme ao seqüestrador, sem que o comando policial saiba, em meio a uma negociação de liberação de refém, o caso seria trágico como foi? São indagações que somente o tempo- talvez nem ele- possa nos mostrar a verdade. Tevê e rádio são de extrema importância no mundo democrático que vivemos, mas, saber o seu limite, ajuda na vida longa desses dois meios de comunicação tão importante em nossas vidas.

A outra face da metrópole

por Bettina Schünke

Olhe a imagem ao lado e me diga: aonde você imagina que foi feita esta foto? Uma cidadezinha no interior? Ou talvez uma fazenda bem longe da confusão da cidade?

Pois é, parece mas não é! Muito porto-alegrense não sabe, mas há 15km do centro da capital existe uma outra Porto Alegre. Escondida entre morros, na Zona Rural o clima é fresco, o visual é montanhoso, as estradas são de chão batido e o vizinho mais próximo fica a uns bons metros de distância. Num lugar com cara de interior, grandes e pequenas propriedades são habitadas por pessoas das mais diferentes origens, que têm em comum o gosto pela terra, pela natureza e o desejo de transformar lazer em negócio.

Essa outra cidade dentro da metrópole é o cenário dos "Caminhos Rurais", projeto criado pela Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR), em 2005, que leva a bairros onde a história é preservada com aquele "ar de interior", seja nos costumes, na arquitetura das casas e igrejas ou nas figueiras seculares.

O roteiro abrange onze bairros da Zona Sul da cidade: Belém Novo, Belém Velho, Campo Novo, Cascata, Hípica, Ipanema, Lageado, Lami, Lomba do Pinheiro, Restinga e Vila Nova. São áreas que, somadas, ocupam 30% do território total de Porto Alegre, dando a cidade o título de segunda capital com maior área rural, perdendo apenas para Palmas, no Tocantins. É neste solo que são cultivados grande parte dos hortigranjeiros que abastecem a região metropolitana da cidade.


Ao oferecer 41 atrativos de lazer entre pousadas, restaurantes, trilhas e monumentos históricos, os Caminhos Rurais são um resgate às origens e uma vivência de turismo sustentável para todos os visitantes, além de ampliar a oferta turística da Capital. O objetivo é de desenvolver o turismo nas áreas rurais da cidade com sustentabilidade econômica, ambiental, cultural e social. "Os Caminhos Rurais revelam a Zona Sul no conjunto de
seus recursos e potencialidades, indo além da conhecida praia de Ipanema e da orla do Guaíba" analisa o Secretário de Turismo, Luiz Fernando Moraes. Desde o seu lançamento, o roteiro já recebeu mais de 12 mil visitantes.
E tudo isso em apenas 30 minutos do coração da cidade. Surpreenda-se!