segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Voluntariado: um ato de amor ao próximo

Por Bettina Schünke

Mulheres, homens, jovens e adultos. Para ser voluntário não há idade e nem sexo. Para ser voluntário basta apresentar uma única característica: amor. Palavra pequena, mas que movimenta multidões.

Dalva Nadir Vorpagel é esposa, mãe e avó de primeira. Moradora de Blumenau, SC, tem 61 anos e há 15 é voluntária na Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC). Ela, que começou com o trabalho através da indicação de uma amiga, hoje sua “madrinha” na rede, considera o voluntariado um trabalho muito gratificante. “Sinto-me muito feliz e realizada por estar prestando esse trabalho e o faço gratuitamente, em agradecimento ao nosso Deus, que nos proporciona essa oportunidade” ressalta. Dalva, que já passou por vários setores da RFCC e atualmente ajuda no amparo e consolo às mulheres que retiraram a mama, onde dedica cerca de três horas semanais à instituição. “O trabalho é muito envolvente, precisamos oferecer carinho, atenção e consolo, e principalmente mostrar que Deus, apesar do sofrimento, está ao lado de todos”.


Mas você deve estar se perguntando: o que é realmente ser um voluntário ou participar de um voluntariado? O que é preciso para ajudar o próximo? Ser voluntário é mais que doar seu tempo, trabalho e talento para causas de interesse social e comunitário. É tudo isso somado à dedicação e responsabilidade, para melhorar e transformar a vida de uma pessoa e, porque não, de uma comunidade ao seu redor. “Voluntariar significa que você pode resolver muitas coisas. Probleminhas aqui e remendos ali, sem dinheiro. Você pode consertar o dia de alguém, a solidão e o abandono de uma pessoa. Você pode, sem dinheiro, conseguir amigos e dar sentido com a sua amizade para muitos”, afirma Patrícia Teixeira Souza, 24 anos, que atuou como voluntária durante seis meses no Programa Escola de Professores do Futuro, de Moçambique, na África. Patrícia sempre teve a vontade de ajudar as pessoas e obter novas experiências. Lá ensinou a crianças e adultos tudo aquilo que estava ao seu alcance e dentro das dificuldades dos moradores. “Ao voltar da África, eu sei que a vida na comunidade vai continuar, mas minha cabeça ainda estará lá porque o envolvimento é enorme e a gratidão também. Eu posso ter ensinado inglês, português, cidadania, mas nada se compara com o aprendizado das conversas, do convívio, do dia-a-dia. Isso é desenvolvimento!” relata.




Não há fórmulas nem modelos a serem seguidos para ser um voluntário. Trabalho é o que não falta! E não é preciso muito para ser um voluntário. Alguns voluntários são capazes, por si mesmos, de olhar em volta, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo, juntando vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes, é uma instituição inteira que se mobiliza, seja ele um clube de serviços, uma igreja, uma entidade beneficente ou até mesmo uma empresa. Mas cada um contribui na medida de suas possibilidades. Uns têm mais tempo livre, outros só dispõem de algumas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem querem trabalhar. Outros estão prontos a ajudar no que for preciso, onde a necessidade é mais urgente. Trabalho voluntário é uma via de mão dupla: o voluntário doa sua energia e criatividade e em troca ganha contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas e a satisfação de se sentir útil.

Em Porto Alegre existem muitas entidades precisando de apoio. Uma delas é a Associação Evangélica Luterana de Caridade (AELCA), localizada na Vila Jardim, que há 40 anos vem prestando serviços às crianças daquela comunidade. Atualmente a entidade conta com 10 voluntários que dedicam parte do seu tempo em ajudar as crianças carentes. “Quero frisar que Deus tem provido sustento da AELCA nestes 40 anos de trabalho. Mas muito mais precisa e pode ser feito se tivermos mais doadores e colaboradores”, ressalta o pastor José Daniel Steimetz.


Dalva e Patrícia são apenas exemplos. Cada uma com sua ocupação e seus afazeres, mas que dedicam parte do seu tempo a ajudar o necessitado, a auxiliar aqueles que sofrem e que às vezes só precisam de um sorriso, uma mão amiga ou um abraço. Gestos simples, mas que mudam a vida de muita gente. Pode-se dizer que voluntariado é um novo termo para uma missão antiga da humanidade: amar ao próximo.
Por Amanda Porterolla