É só andar por alguns minutos pelas ruas de Porto Alegre para encontrar algum amigo pronto para o pagode. Seja com um rebolo, um pandeiro ou um cavaquinho. Basta unir três ou quatro instrumentos para o som começar rolar.
Na verdade, o pagode não surgiu como um estilo musical e sim como um nome dado a festas que escravos realizavam em senzalas. Só mais tarde tornou-se sinônimo de reuniões regadas de alegria, bebida e cantoria. E com o passar do tempo o nome “pagode” foi se aproximando do gênero samba. Muitos consideram o grupo Fundo de Quintal, o primeiro do gênero no País.
Originário do Rio de Janeiro, esse ritmo tomou conta dos quatro cantos do Brasil, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, conhecido nacionalmente por cultivar suas tradições.
Segundo o produtor Dodô Pinheiro, que acompanha o Grupo Zueira, a expansão nacional de bandas como Revelação e o Exaltasamba, influenciou a juventude e, com isso, outros grupos foram surgindo pelo Brasil.

Originado dos subúrbios do Rio de Janeiro, o pagode já está nas principais casas noturnas da capital Gaúcha e interior, que disponibilizam ao menos um dia da semana para a música que vem se destacando no sul do país. As quadras das escolas de samba e até o Pepsi on Stage, conhecido por receber grandes shows internacionais, abre espaço para os principais grupos de pagode do Brasil.
Anderson da Silva, estudante de Publicidade e Propaganda, conta que é assíduo freqüentador de casas noturnas adeptas ao pagode. “Costumo ir com os meus amigos e amigas. Os valores são acessíveis e é possível freqüentar tranqüilamente esses lugares. Gosto de dançar esse ritmo. É só o que toca no meu carro”, conta Anderson. Mesmo com essas facilidades o estudante ressalta que as casas podem tocar o mesmo ritmo, mas que têm públicos diferenciados.
“Costumo freqüentar lugares com um valor de entrada mais elevado, assim o público melhora em relação a lugares baratos. Isso é uma lógica difícil de ser alterada. Um bom exemplo é a Kimik, ótimo lugar para curtir um pagode nas quintas-feiras e o Café Moinhos e toca um pagode de qualidade as sextas”, afirma ele. Confira as principais casas noturnas de Porto Alegre que incentivam o pagode de qualidade. Os preços variam de R$10 a R$25.
Cord Night Club (Rua Casemiro de Abreu, 1223 e 1233) – às sextas-feiras e aos sábados;
Chalaça Bar (Praça Senador Alberto Pasquilini, 240) – às quintas-feiras e aos domingos;
Kimik (Plinio Brasil Milano, 137) – às quintas-feiras;
Café Moinhos (Rua Quintino Bocaiuva, 837) – às quartas-feiras e sextas-feiras;
Rose Place (Rua 24 de outubro, 948) – às terças-feiras.