quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pagode: música brasileira com sotaque gaúcho

Por Bianca Bassani, Camila Jacques e Tafael Medeiros

É só andar por alguns minutos pelas ruas de Porto Alegre para encontrar algum amigo pronto para o pagode. Seja com um rebolo, um pandeiro ou um cavaquinho. Basta unir três ou quatro instrumentos para o som começar rolar.

Na verdade, o pagode não surgiu como um estilo musical e sim como um nome dado a festas que escravos realizavam em senzalas. Só mais tarde tornou-se sinônimo de reuniões regadas de alegria, bebida e cantoria. E com o passar do tempo o nome “pagode” foi se aproximando do gênero samba. Muitos consideram o grupo Fundo de Quintal, o primeiro do gênero no País.
Originário do Rio de Janeiro, esse ritmo tomou conta dos quatro cantos do Brasil, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, conhecido nacionalmente por cultivar suas tradições.

Segundo o produtor Dodô Pinheiro, que acompanha o Grupo Zueira, a expansão nacional de bandas como Revelação e o Exaltasamba, influenciou a juventude e, com isso, outros grupos foram surgindo pelo Brasil.

Mesmo com o grande número de shows mensais, Dodô, como é conhecido no meio musical, ressalta a falta de incentivo dos empresários, apesar da alta receptividade do público gaúcho. “Temos muita inserção na capital e no interior, que abrem as portas para grupos que fazem sucesso no Estado. O problema está em quem nos contrata, pois sofremos com a falta de valorização, seja financeira ou de estrutura”, afirma Dodô. O produtor do Zueira conta, também, que os gaúchos ainda não estão no patamar dos pagodeiros que fazem sucesso em todo o Brasil. “As bandas de nível elevado têm uma estrutura muito melhor do que as demais, isso os ajuda bastante na carreira de sucesso desses músicos”.

Originado dos subúrbios do Rio de Janeiro, o pagode já está nas principais casas noturnas da capital Gaúcha e interior, que disponibilizam ao menos um dia da semana para a música que vem se destacando no sul do país. As quadras das escolas de samba e até o Pepsi on Stage, conhecido por receber grandes shows internacionais, abre espaço para os principais grupos de pagode do Brasil.

Anderson da Silva, estudante de Publicidade e Propaganda, conta que é assíduo freqüentador de casas noturnas adeptas ao pagode. “Costumo ir com os meus amigos e amigas. Os valores são acessíveis e é possível freqüentar tranqüilamente esses lugares. Gosto de dançar esse ritmo. É só o que toca no meu carro”, conta Anderson. Mesmo com essas facilidades o estudante ressalta que as casas podem tocar o mesmo ritmo, mas que têm públicos diferenciados.

“Costumo freqüentar lugares com um valor de entrada mais elevado, assim o público melhora em relação a lugares baratos. Isso é uma lógica difícil de ser alterada. Um bom exemplo é a Kimik, ótimo lugar para curtir um pagode nas quintas-feiras e o Café Moinhos e toca um pagode de qualidade as sextas”, afirma ele. Confira as principais casas noturnas de Porto Alegre que incentivam o pagode de qualidade. Os preços variam de R$10 a R$25.

Cord Night Club (Rua Casemiro de Abreu, 1223 e 1233) – às sextas-feiras e aos sábados;
Chalaça Bar (Praça Senador Alberto Pasquilini, 240) – às quintas-feiras e aos domingos;
Kimik (Plinio Brasil Milano, 137) – às quintas-feiras;
Café Moinhos (Rua Quintino Bocaiuva, 837) – às quartas-feiras e sextas-feiras;
Rose Place (Rua 24 de outubro, 948) – às terças-feiras.
Por Amanda Porterolla



A ordem é pokear!

Por Aline Marques

Abraçar, beijar, celebrar, bater quadris, fazer cócegas, fofocar, idolatrar e até dar bronca nos amigos, tudo em 3D. Parece fantasioso demais? Pois desde julho deste ano, o
Orkut – uma das maiores redes sociais da internet – oferece o Buddy Poke: um aplicativo que permite que os usuários se expressem e interajam através de avatares personalizados.

O uso do Buddy Poke é simples, o avatar virtual só precisa ser habilitado, personalizado e colocado no perfil do Orkut para interação com os demais avatares. A interação é basicamente visual, não existem sons. Porém, uma pequena mensagem de texto pode ser inserida junto a cada ação utilizada.

Para a administradora Rosita Farias, de 24 anos, usuária do Orkut desde 2006, o Buddy Poke é uma maneira divertida de comunicação com os amigos:
- Eu adoro! Fico ali abraçando as gurias e também mandando beijo para o meu ficante... risos. É bem legal! Uso direto!

O estudante André Oliveira, de 21 anos, usuário do Orkut há 8 meses, usa o avatar para fazer brincadeiras com os colegas, mas reclama da aparência:
- Acho exagerado o estilo mangá dos bonequinhos. Eles não têm nariz. Fica estranho, né? Deveriam ter.

Atualmente, existem mais de mil comunidades virtuais no Orkut sobre o Buddy Poke. Na comunidade oficial do aplicativo o número de membros ultrapassa os 346 mil e na comunidade oficial brasileira, são mais de 39 mil participantes. E no mecanismo de busca do Google consta mais de um milhão de resultados.

A universitária Priscila Valente se diz encantada com as opções que o aplicativo oferece:
- Tu podes escolher o corte e cor de cabelo, a cor dos olhos, a cor da pele e a roupa. Ah, e pode também colocar luvas, tênis e óculos. Os bonequinhos ficam muito parecidos com as pessoas.

Entre os adolescentes o uso dos avatares é praticamente maciço. Carolina, de 13 anos diz que entra no orkut todos os dias para interagir com as amigas:- Não consigo mais viver sem pokear! Eu mudo a roupa da minha Buddy Poke todo o dia! E todos da minha turma do colégio têm o seu bonequinho também. A gente fica falando no recreio quem é que mandou beijo para quem, quem que deu rasteira... – conta ela.

Contudo, apesar do sucesso, ainda há quem esnobe os tais bonequinhos. Ana Luisa Barcellos não usa o Buddy Poke e garante que não sente falta:
- Não uso. Quando quero interagir com alguém vou na página da pessoa e deixo um recado. Acho o Buddy Poke um recurso meio infantil, diz, aos risos.

O educador físico Clóvis da Luz, de 45 anos, não aderiu ao Buddy Poke nem diante dos apelos da filha, de 7 anos:
- Ela me deixava recados dizendo que eu tinha que entrar no Buddy Poke. Eu nem sabia o que era aquilo. Depois que ela me explicou eu disse que o jogo era mais indicado para as meninas, mas ela ainda não se convenceu muito disso... – diverte-se ele.

A página do MySpace traz mais infomações.
Acesse.

Por Amanda Porterolla



O vendedor de mapas

Por Cleidi Pereira

Aquele senhor de estatura mediana e porte atlético, que saracoteia com seus mapas pelas ruas de um dos bairros mais nobres da capital gaúcha, o Moinhos de Vento, conhece de perto o significado da expressão “matar um leão por dia”. A vida não é nada fácil para Ricardo da Silva Wyse, mas o amor que possui por seu filho Francis, 12 anos, e o sonho de morar junto com o primogênito, que hoje convive com a mãe, transformam as dificuldades em inspirações para vencer a batalha que enfrenta todos os dias.

Para economizar o que gastaria com passagens de ônibus e conseguir faturar os cerca de 600 reais mensais, Ricardo percorre o equivalente a meia maratona diariamente: 24 km. De sua casa, leva aproximadamente três horas para chegar até seu local de trabalho. O seu ‘escritório’ é uma esquina onde vende mapas do Rio Grande do Sul e de outros estados, do Brasil, do mundo e, até mesmo, do corpo humano. “Caminho cerca de seis horas por dia, 1 km a cada 15 minutos, 4 km por hora, ou seja, 24 km por dia”, calcula. Por isso, acredita que é muito difícil ver um vendedor de rua doente, tanto que Ricardo não lembra quando foi a última vez que ficou de cama. Para agüentar a rotina digna de uma atleta, a alimentação é reforçada com banana, aliás, muita banana. “É uma fruta barata e que contém muitos nutrientes”, justifica.

Profissão de risco

O vendedor de mapas é mais um entre tantos brasileiros que, sem estudo, viu as portas do mercado de trabalho fecharem-se a um palmo de sua face morena. Por isso, encontrou na informalidade seu sustento e sua sobrevivência. Nascido em Rio Grande, há seis anos ganha a vida vendendo o “mundo”. Quem lhe ensinou o ofício de comercializar mapas foi o irmão mais velho, Ronaldo, que exerce a função há mais de 20 anos. Ricardo tinha apenas dois anos quando mudou-se com os pais para Porto Alegre em busca de um futuro melhor. Assim como os quatro irmãos, começou trabalhar muito cedo, aos 15 anos, para ajudar na renda da casa.

Numa época de alta carga tributária e intensa fiscalização, a profissão de vendedor de rua é um risco a ser enfrentado por quem não possui outra opção. Sujeito a assaltos e a outros tipos de violências característicos de uma metrópole, Ricardo também tem que estar sempre atento à movimentação das ruas, pois, como atua de forma ilegal, a qualquer momento agentes da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (SMIC) podem estacionar seus veículos, recolher as mercadorias compradas com muito esforço e, ainda, levar os vendedores à delegacia de polícia.
A constante fiscalização e a prisão de alguns colegas fizeram com que seu ‘escritório’, que antes ficava no bairro Moinhos, mudasse para a Rua Osvaldo Aranha. Mesmo assim, depois do expediente, não abre mão de passar no Shopping Moinhos. “Aqui é diferente, é um lugar agradável. Pode até ser preconceito, mas não gosto de ‘chinelagem’. Gosto de conviver com pessoas do meu nível cultural, apesar de eu ser um vendedor de rua”, revela.

Na visão dele, as pessoas costumam comprar mapas para se atualizar, para viajar, para presentear alguém ou, simplesmente, para decorar as paredes de suas casas e consultórios. Das compras grandes, ele lembra com detalhes. Em média, vende oito mapas por dia, porém, para conseguir esse feito tem que contar com a sorte e com a astúcia de vendedor. É aí que entra a obrigação de conhecer cada detalhe, como rios ou cidades, estampado em seu produto. Ricardo diz conhecer muito bem seus mapas, mas vontade mesmo ele tem de conhecer de perto as cidades e países que tanto o fascinam.

Com a fala tranqüila e simplicidade de sempre, o vendedor de mapas conta que foram poucas as vezes que viajou e que o terminal mais distante onde desembarcou ficava em São Paulo. Ele ainda quer voltar para a terra natal acompanhado de seu filho e conhecer de perto o berço de seus ancestrais, vindos da França, Espanha e Portugal. “Imagino que, por serem países de primeiro mundo, esses lugares devem ter muito mais progresso que aqui, as pessoas devem ser mais educadas e ter maior nível cultural”, diz. A Torre Eiffel, onde o avô esteve, é um dos lugares que também gostaria de visitar. “Meu avô faleceu quando eu tinha 17 anos, mas ele dizia que esta era a obra mais fantástica que ele já tinha visto.”

Estranho no ninho

“Eu me considero um estranho no ninho. Eu não deveria estar aqui na rua vendendo mapa. Eu devia ser um professor, porque sou um cara que ama a cultura e que hoje dá muito mais valor para ela do que quando era jovem.” Ricardo acredita que o grande erro cometido em sua vida foi ter parado de freqüentar a escola e, por isso, incentiva o filho a ler bons livros e a valorizar os estudos. O conselho? “Não cometa o mesmo erro que cometi.” Pai-coruja e dedicado, Ricardo tenta ser para seu filho o que o pai não foi para ele: amigo e presente. Visitar o primogênito diariamente é algo sagrado. “Quando, por algum imprevisto, não consigo ir, eu ligo”, conta.

Ricardo é membro da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, conhecida como Igreja Mórmon. Nasceu católico, foi batizado, mas converteu-se após uma visita de missionários desta igreja. Entre as regras as regras de sua religião, estão: não fumar, não beber, não tomar chá preto e nem café, já que a cafeína é considerada uma substância nociva. O casamento, que é realizado no templo, é para toda a eternidade, por isso a ‘unidade familiar’ é muito valorizada. “Temos a lei da castidade, por isso o sexo é feito somente no casamento e com o cônjuge”, conta. O quesito ‘aparência’ também ganha atenção especial. “É difícil ver um mórmon barbudo, cabeludo e com roupas extravagantes. Eu, por exemplo, faço a barba todo o dia. Também cuidamos muito do nosso linguajar e evitamos falar palavrões”, disse.

O grande desejo de sua vida é voltar a estudar e, quem sabe, tornar-se professor. Mas reza todos os dias pedindo a Deus que realize dois grandes sonhos: morar e educar o filho Francis e casar no templo com uma moça nova e bem bonita. Enquanto não tem seus pedidos atendidos segue com a difícil rotina, mas lembrando e praticando todos os dias a regra que sua religião ensina: “Aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-vos a eles.”
Por Amanda Porterolla




Cabelos, cheios de vida no verão!

Por Daniela Rabaldo



Cabelos bonitos e bem tratados melhoram até mesmo a auto-estima, já que estão relacionados à aparência, principalmente para as mulheres. Os fios no verão, precisam de alguns cuidados especiais e podem ficar bonitos, sim. O fio é envolvido em uma película chamada de cutícula, como se fossem escamas. Toda vez que essa cutícula, é agredida e a estrutura modificada, o cabelo está sujeito a modificações.

De acordo com o médico dermatologista Valcinir Bedin, “no verão, o sol agride os cabelos o tempo todo, a radiação ultravioleta atinge a cutícula e faz com que ela perca a característica fundamental de encaixe, e permita aberturas que acabam favorecendo a agressão de poluentes e de agentes físicos e mecânicos”. Por isso, ressalta que é importante, de alguma forma, proteger o cabelo contra as radiações durante todo o verão. “Usar chapéus, protetores especiais, ficar à sombra e evitar o sol excessivo”, são as recomendações do dermatologista.

E quais modelos farão a cabeça neste verão?

Uma opção boa que os cabeleireiros ditam para esta estação é algo que você mesma poderá fazer: um belo penteado rabo de cavalo, fica show. Mas também, poderá optar pelo alisamento marroquino, uma forte tendência para o cabelo em 2009.

As tranças prometem serem hits do verão 2009. Depois de virarem as queridinhas dos hairstylists nas passarelas das principais semanas de moda brasileira, elas devem fazer a cabeça da mulherada na estação mais quente.


A trança é uma boa pedida para encarar tanto o dia quanto a noite. Para o dia, o penteado deve ser mais solto e puxado para o lado. Pode também ser combinado com um visual hippie-chique. Já para a noite, as opções ficam com as tranças mais elaboradas, bem presas à cabeça.
Outra dica que parece fazer a cabeça das mais descoladas em 2009 são os dreadlocks! A cabeleireira Jô Mercedes explica como você poderá fazer os dreads em casa mesmo.

O Cabelo Ideal

Em primeiro lugar, você deve deixar os seus cabelos crescerem ao menos até o queixo, idealmente um pouco mais, já que uma parte do tamanho do cabelo é perdida. Cada pessoa perde um tamanho diferente, depende do tipo do cabelo.


A Técnica

- Comece com o cabelo limpo e seco. Essa história de que cabelo sujo e melhor para dreadlocks é mito. A oleosidade lubrifica e impede a formação das tranças.
- Separe o cabelo em mechas, começando com a parte de baixo do cabelo e indo até a parte da frente. É aqui que você decide como você quer as tranças - As mais grossas são mais fáceis de manter. Normalmente os dreadlocks têm no mínimo um cm de espessura e no máximo dois, mas depende muito do seu cabelo e do que você quer. Prenda cada mecha com uma borrachinha.
- Penteie a mecha de baixo para cima, começando pela raiz e indo até o final da mecha. Faça isso algumas vezes por mecha, até sentir que o nó está firme. Não se esqueça de tirar a borrachinha antes disso.
- Você pode usar cera de cabelo também, mas só depois que a mecha estiver trabalhada.
- Enrole o dread ao aplicar a cera.
- Continue o processo até que o cabelo esteja todo com dreads e cera.
- Ao finalizar, passe secador de cabelo no máximo nas mechas, para “derretê-las”. Aqueça as mechas até que a cera derreta, então enrole o dread novamente para selá-lo.


Agora, algumas dicas:

- Para facilitar o processo, você pode fazer uma permanente antes. Pense bem, porque esse é um processo sem volta...
- Firme os seus dreads por ao menos 2 meses, tempo o suficiente para que eles “travem” no lugar.
- Muitas pessoas acham que a única forma de se desfazer dreadlocks é raspando o cabelo. Isso não é verdade. Existem algumas formas de desfazer dreadlocks, como cortar os cabelos em seis cm, empapá-los em condicionador e pentear bastante.
Por Amanda Porterolla