sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TV como entretenimento infantil

Por Daniela Xavier Bastos

A televisão tem o poder de fixar nossa atenção de uma maneira incrível, É através dela que podemos sonhar e, muitas vezes, projetadar esses sonhos em algum personagem da telinha. Essa identificação também ocorre quando se é criança, ao assistir programas infantis e desenhos animados, onde nossos super-heróis têm todos os “super poderes” que sonhamos em ter.

Quando se é adulto isso ocorre com personagens de novelas, que na ficção tem uma vida parecida com a nossa e nos mostram que os nossos problemas não são apenas nossos, e sim da sociedade. Na infância essa identificação acontece através de um personagem preferido. Assim é comum uma criança sonhar em voar como super homem ou conseguir as teias do homem aranha para pular de um lado para outro.

Para alguns pais deixar a criança em frente ao televisor é uma ótima opção, assim sobra tempo para realizarem as atividades do dia-a-dia. Segundo a Pedagoga Débora Jacobsen, o momento que a criança assiste TV, o programa que ela está olhando deve ser monitorado pelos pais. “Acredito que a TV, como qualquer outro meio de comunicação, deva ser utilizado de maneira crítica e com acompanhamento dos pais, pois dependendo do tipo de programa assistido pela criança pode gerar problemas, independente da quantidade de tempo que a criança permanece em frente à televisão”. Débora Jacobsen ressalta que muito do comportamento agressivo apresentado por algumas crianças nas escolas seja inspirado em desenhos e filmes, que assistem na televisão.

Desenhos animados com cenas de luta e briga entre os personagens são os mais lembrados entre as crianças, principalmente no recreio da escola. Questionada se a relação das crianças com esses desenhos pode instigar a violência, a professora da primeira série do ensino fundamental, Tatiane Oliveira, ressalta: "não acredito que os desenhos violentos tenham todo este poder. É comum eles brincarem de “lutinhas” com as personagens dos desenhos, porém quando acaba a brincadeira este comportamento violento não extrapola para as demais áreas. Identifico mais cenas de violência entre as crianças quando de alguma forma estão sendo expostos a algum tipo de negligência familiar”.

Ao contrário, Débora Jacobsen acredita que a criança se identifique com os desenhos devido à força que exercem no seu imaginário. E argumenta: "ela passa a vivênciar as histórias trazidas nestes desenhos”. Para a professora do ensino fundamental há uma carência em programas educativos na televisão brasileira. Para ela este espaço deve ser preenchido com momentos de lazer e de cultura entre a criança e seus familiares. "Acho válido o pai que leva o seu filho no teatro infantil, assim como os momentos de leitura para as crianças.Também penso que se a televisão não consegue oferecer programas educativos, os familiares e as escolas devem proporcionar este espaço de inserção da criança à cultura”. A professora considera que a programação de TV é muito parecida em todos os canais. Sugere que os apresentadores sejam crianças, e que, além de adicionar programas variados que incluam ciências e artes, se mantenham os desenhos de “lutinhas”, pois "é algo que as crianças gostam e não tem porque retirar”.

Dessa forma, é possível concluir que nem tudo que está direcionado às crianças na televisão tem algum valor educativo. É necessário atenção e acompanhamento dos pais quando a criança assume o papel de telespectadora.

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