quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Vida de repórter

Por Fernanda Bastos


Caco Barcellos e uma equipe de jornalistas novatos têm se firmado, através do Profissão Repórter, como um dos maiores êxitos da programação da Rede Globo. Os bons índices de audiência e a ótima aceitação do público fazem com que a atração seja cogitada para compor a grade de programação da emissora no próximo ano. O Profissão Repórter estreou como quadro no Fantástico em 2006. Em meados de 2007, a atração se tornou um semanal e, hoje, pode ser conferida às terças-feiras, às 23h45min, depois de Toma lá da cá. Caco Barcellos, apresentador e idealizador do programa, conversou sobre o programa com o Pra Variar:

Pravariar: Como surgiu a idéia do Profissão Repórter?
Caco Barcellos: Eu já pensava há dez anos em um programa que eu pudesse agir simultaneamente, mostrar simultaneamente para o telespectador vários ângulos de uma mesma história, para exercitar justamente o contraditório. Eu acho que enriquece o conteúdo quando você apresenta mais de uma visão, sobretudo com mais de um repórter, cada um com seu olhar diferente.


Pravariar: Qual a importância dos bastidores da notícia para o programa?
Caco Barcellos: Eu acho que o bastidor frente ao conteúdo contribui também para melhorar o trabalho. Oferece ao telespectador condições de interpretação, mostra que todo mundo tem o dever de buscar a verdade. O olhar de cada um estabelece diferenças, a ideologia de cada um, a sensibilidade de cada um, os preconceitos de cada um fazem com que a verdade fique com a cor de cada autor, de cada repórter. Eu acho que quando é só um que faz acentua-se o resultado daquele que está encarregado da missão. Eu acho que o bastidor ajuda nesse sentido.


Pravariar: Os repórteres do Profissão Repórter interagem com a notícia e até demonstram emoções...
Caco Barcelos: Eu acho que fica impossível para qualquer profissional não se envolver, não sofrer, não ter momentos de alegria ou de felicidade. É dever do repórter ver as coisas primeiro que os outros, que a maioria das pessoas, de estar perto dos acontecimentos. Então, não tem como você evitar envolvimento se você está ali testemunhando, muito perto dos acontecimentos, envolvido com as pessoas.

Pravariar: O que o programa traz de novo para a TV?
Caco Barcelos: Não, eu acho que não traz inovação. Eu acho que o que fazemos é tão antigo quanto a pedra: é estar perto das pessoas mais simples do país, quer dizer, nem todas as vezes, mas a maioria das vezes perto delas, ouvindo a história delas. A história particular do repórter é secundária. A nossa grande estrela é a reportagem, é a história dos outros, não a nossa. A gente até mostra os bastidores da nossa atividade, porém é um bastidor focado na história dos outros. Eu acho que a gente tem que estar hiper-envolvido, mas para contar a história das estrelas que são as pessoas da rua, as pessoas mais simples.

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